terça-feira, 2 de novembro de 2010
sou um veneno
ninguém mais tem culpa . eu sei que não . isto tudo sou eu . tudo! eu sou o veneno que percorre as minhas próprias veias . não é álcool , não é nicotina , não é ganza , não é heroína nem cocaína , nada disso . sou eu . eu sou a droga que me intoxica . incapacito-me . mutilo-me . por dentro , sou isso , um nada . não sei bem como fui criada , não faço a mínima ideia quem foi ou porquê , mas sei esqueceram-se de me preencher . eu crio uma ilusão de um interior , de uma alma , de sentimentos . mas eu estou plenamente consciente que não passa de exactamente isso : uma ilusão . basta que eu feche os olhos , que pare por uns segundos e sou submersa no meu próprio inferno outra vez . não encontro paz interior , nem sei o que isso significa se quer . e eu não consigo continuar a viver assim , isto não é viver . não consigo , mas mesmo assim faço-o . sem um interior sou incapaz de decidir o que quer que seja . nada me orienta . tento mudar , mas duvido que eu saiba o significado da palavra tentar . não é possível ser explicada , é preciso ser vivida . o veneno Kay não me permite viver . o maior efeito dessa minha droga que sou é o ódio . sou incapaz de intimidade . o veneno queima-me por dentro com cada toque . tenta tocar-me o coração , mas como isso não existe em mim , é o veneno que responde , ela queima ainda mais ferozmente . sou como uma força repulsiva automática . não caias pela ilusão de mim . não te atraias pelo meu exterior . não te seduzas com a minha marioneta de corpo . não te enganes com a minha patética desculpa de uma personalidade . e , por amor à tua própria felicidade , não te aproximes de mim . não morras no meu inferno , please .
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